Quem se dispõe a admitir a derrota completa? Quase ninguém, é claro. Todos os instintos naturais gritam contra a ideia da impotência pessoal.
É verdadeiramente terrível admitir que, com o copo na mão, temos convertido nossas mentes numa tal obsessão pelo beber destrutivo, que somente um ato da Providência pode removê-la.
Nenhuma outra forma de falência é igual a esta. O álcool, transformado em voraz credor, esvazia-nos de toda autossuficiência e toda vontade de resistir às suas exigências. Uma vez que aceitamos este fato, nossa falência como seres humanos está completa.
Porém, ao ingressar em A.A., logo encaramos essa humilhação absoluta de uma maneira bem diferente. Percebemos que somente através da derrota total é que somos capazes de dar os primeiros passos em direção à libertação e à força. Nossa admissão de impotência pessoal acaba por tornar-se o leito de rocha firme sobre o qual poderão ser construídas vidas felizes e úteis.
Sabemos que pouca coisa de bom advirá a qualquer alcoólico que se torne membro de A.A. sem aceitar sua devastadora debilidade e todas as suas consequências. Até que se humilhe desta forma, sua sobriedade – se a tiver – será precária.
Da felicidade verdadeira, nada conhecerá. Comprovado sem sombra de dúvida por uma longa experiência, este é um dos fatos de vida de A.A. O princípio de que não encontraremos qualquer força duradoura sem que antes admitamos a derrota completa, é a raiz principal da qual germinou e floresceu nossa Irmandade toda.
Não é coincidência que o próprio Primeiro Passo mencione impotência. Uma admissão de impotência pessoal perante o álcool é a pedra fundamental do alicerce da sobriedade.
Aprendi que não tenho o Poder e controle que uma vez pensei ter. Sou impotente sobre o que as pessoas pensam sobre mim. Sou impotente até por ter perdido o ônibus. Sou impotente sobre como as outras pessoas praticam (ou não praticam) os Passos. Mas, também aprendi que não sou impotente perante algumas coisas. Não sou impotente perante minhas atitudes. Não sou impotente perante a negatividade. Não sou impotente sobre assumir responsabilidade por minha própria sobriedade. Tenho o poder de exercer uma influência positiva sobre mim mesmo, as pessoas que amo e o mundo em que vivo.
Quando o álcool influenciava cada faceta de minha vida, quando as garrafas tornaram-se o símbolo de toda minha auto-indulgência e permissividade, quando vim a perceber que, por mim mesmo, não podia fazer nada para vencer o poder do álcool, percebi que não tinha outro recurso a não ser a rendição. Na rendição encontrei a vitória – vitória sobre minha egoística auto-indulgência, vitória sobre minha resistência teimosa à vida como ela era dada para mim. Quando parei de lutar contra tudo e contra todos, comecei a caminhada para a sobriedade, serenidade e paz.
Meu ato da Providência (manifestação de cuidado e direção divina) veio quando experimentei a falência total do alcoolismo ativo – tudo que tinha algum significado em minha vida havia ido embora. Telefonei para Alcoólicos Anônimos e, a partir daquele instante minha vida nunca mais foi a mesma. Quando penso naquele momento tão especial, sei que Deus estava agindo em minha vida bem antes que eu fosse capaz de conhecer e aceitar conceitos espirituais. O copo foi arriado através desse único ato da Providência e minha jornada pela sobriedade começou. Minha vida continua se expandindo com o cuidado e a direção divina. O Primeiro Passo, no qual admiti que era impotente perante o álcool, que tinha perdido o domínio de minha vida, tornou-se mais um significado para mim um dia de cada vez – na salvadora de vidas, vivificante Irmandade de Alcoólicos Anônimos.
Muito antes de conseguir alcançar a sobriedade em A.A. eu sabia, sem nenhuma dúvida, que o álcool estava me matando mas, mesmo com esse conhecimento, fui incapaz de parar de beber. Assim, quando encarei o Primeiro Passo, foi fácil admitir que me faltava forças para não beber. Mas, que tinha perdido o domínio de minha vida? Nunca. Cinco meses após ter chegado em A.A. estava bebendo novamente e imaginando por quê.
Mais tarde, de volta a A.A. e sentindo a dor de minhas feridas, aprendi que o Primeiro Passo é o único que pode ser praticado 100%. E que a única maneira para praticá-lo é aceitar esse Passo 100%. Desde então, já se passaram muitas 24 horas e não precisei praticar novamente o Primeiro Passo.
Atingindo o fundo do poço minha mente abriu e fiquei disposto a tentar algo diferente. O que tentei foi A.A. Minha nova vida em A.A. pode se comparar a como aprender a andar de bicicleta pela primeira vez: A.A. tornou-se minha bicicleta de treinamento e minha mão de apoio. Não é que eu desejasse tanto a ajuda; simplesmente não queria voltar a sofrer essas coisas novamente. Meu desejo de evitar voltar ao fundo novamente foi mais forte que meu desejo de beber. No começo isso foi que me manteve sóbrio. Porém, após algum tempo, descobri a mim mesmo trabalhando os Passos o melhor que podia. Em breve percebi que minhas atitudes e ações estavam mudando aos poucos. Um Dia de Cada Vez, senti-me bem comigo mesmo, com os outros, e minhas feridas começaram a cicatrizar. Agradeço a Deus pela bicicleta de treinamento e a mão de apoio que escolhi chamar de Alcoólicos Anônimos.
Mais tarde, de volta a A.A. e sentindo a dor de minhas feridas, aprendi que o Primeiro Passo é o único que pode ser praticado 100%. E que a única maneira para praticá-lo é aceitar esse Passo 100%. Desde então, já se passaram muitas 24 horas e não precisei praticar novamente o Primeiro Passo.
Quando eu ainda estava bebendo, não podia responder a qualquer situação da vida como podiam outras pessoas mais saudáveis. O menor incidente desencadeava um estado de espírito que, acredite, eu tinha que beber para entorpecer meus sentimentos. Mas o entorpecimento não melhorava a situação, então procurava uma saída na garrafa. Hoje preciso estar consciente do meu alcoolismo. Não posso me permitir acreditar que ganhei o controle sobre minha maneira de beber – ou novamente pensarei que ganhei o controle sobre minha vida. Tal sentimento de controle é fatal à minha recuperação.
Mais tarde, de volta a A.A. e sentindo a dor de minhas feridas, aprendi que o Primeiro Passo é o único que pode ser praticado 100%. E que a única maneira para praticá-lo é aceitar esse Passo 100%. Desde então, já se passaram muitas 24 horas e não precisei praticar novamente o Primeiro Passo.
Eu sou um alcoólico. Se eu beber eu morrerei. Meu Deus, que poder, energia e emoção esta simples declaração gera em mim! Mas, verdadeiramente, é tudo que preciso saber por hoje. Estou disposto a ficar vivo hoje? Estou disposto a ficar sóbrio hoje? Estou disposto a pedir ajuda e estou disposto a ajudar outro alcoólico que ainda sofre hoje? Descobri a natureza fatal da minha situação? O que devo fazer, hoje, para permanecer sóbrio?
Mais tarde, de volta a A.A. e sentindo a dor de minhas feridas, aprendi que o Primeiro Passo é o único que pode ser praticado 100%. E que a única maneira para praticá-lo é aceitar esse Passo 100%. Desde então, já se passaram muitas 24 horas e não precisei praticar novamente o Primeiro Passo.
Quando eu bebia, tudo o que eu pensava era sempre “Eu, Eu, Eu!”, ou “Meu, Meu, Meu!”. Tal obsessão do ser, tal doença da alma, tal egoísmo espiritual me escravizou à garrafa mais da metade de minha vida.
O caminho para encontrar Deus e fazer Sua vontade um dia de cada vez, começou com a primeira expressão do Primeiro Passo… “Nós”.
Havia poder, força e segurança no plural e para um alcoólico como eu, também havia vida. Se tivesse tentado me recuperar sozinho, provavelmente teria morrido. Com Deus e outro alcoólico tenho um propósito divino na minha vida… tornei-me um canal para o amor benéfico de Deus.
Mais tarde, de volta a A.A. e sentindo a dor de minhas feridas, aprendi que o Primeiro Passo é o único que pode ser praticado 100%. E que a única maneira para praticá-lo é aceitar esse Passo 100%. Desde então, já se passaram muitas 24 horas e não precisei praticar novamente o Primeiro Passo.
Derrotado e sabendo disso, cheguei às portas de A.A. sozinho e com medo do desconhecido. Um Poder fora de mim mesmo havia me tirado de minha casa, guiou-me para uma lista telefônica, depois até a parada de ônibus e pelas portas de Alcoólicos Anônimos. Uma vez dentro de A.A. experimentei uma sensação de ser amado e aceito, algo que não sentia desde a minha tenra infância.
Que nunca perca a sensação de milagre que experimentei nessa primeira noite com A.A., o maior evento de toda a minha vida.
(Fonte: Reflexões Diárias – paginas: 11-14-17-19-24-26-34-151-301)
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