A origem das áreas e dos painéis

Box 4-5-9, Primavera/ 2010 (pág. 6-7) => https://www.aa.org/sites/default/files/newsletters/sp_box459_spring10.pdf

Título original: “¿Qué son ‘áreas’ y ‘paneles’?”
 

Em qualquer discussão sobre o tipo de bebida que se pode servir num evento de A.A., e muito provável que se mencione café, leite e açúcar. Da mesma maneira, em qualquer conversa a respeito da Conferência de Serviços Gerais, há três palavras que seguramente serão das mais citadas: delegados, áreas e painéis.

Para um membro de A.A. novo, recém-chegado aos serviços gerais, esse tipo de conversa poderá parecer tão estranho quanto uma reunião familiar em que primos irmãos, primos em segundo grau e primos distantes tratam de se colocar nos galhos da árvore genealógica da família. “Oi, você serviu com João, o delegado da Área 49? Painel 35? Você é da Área 48? Conhece Maria? Ela não é da Área 48, é da Área 44, mas foi delegada no Painel 35 também”. Outros membros recitam números de painéis, números de área e a história dos delegados regionais com a facilidade de um leiloeiro, e ao mesmo tempo asseguram ao novato que “se estão mantendo simples”, e que não deve se preocupar porque logo, logo, as palavras painel e área lhe irão sair facilmente. Aos recém integrados no serviço costuma-se dizer “a única coisa que precisa é continuar voltando”.

Porém, neste ponto, depois de navegar por uma sopa de siglas de RSG, MCD, CIC, CIT. CIP, CCCP, os recém-chegados aos serviços gerais continuam a duvidar que qualquer explicação a respeito de áreas e seus números sejam tão simples assim. E perguntam “porque se criaram primeiro as áreas? O que é uma área e como chegaram a ter números? ”. Felizmente, na vasta literatura de A.A. pode-se encontrar resposta para quase todas as perguntas que um membro ainda confuso possa fazer, e, ao dar uma olhada no passado podemos jogar um facho de luz sobre o uso de “áreas” em A.A.

As áreas foram formadas para facilitar a representação dos grupos na Conferência de Serviços Gerais, a qual foi criada para colocar a Irmandade de Alcoólicos Anônimos nas mãos de seus membros e assegurar que “seja ouvida a voz de A.A. em sua plenitude”. Com a criação das áreas veio a criação do encargo de delegado para representá-las. “Uma área pode ser constituída por um estado ou província (*), ou parte de um estado ou província, ou por várias partes de mais de um estado ou província, conforme seja necessário para servir a população de A.A. e satisfazer suas necessidades”. As áreas são numeradas pela ordem alfabética de suas sedes (com algumas exceções), começando pelos estados de EUA; por exemplo, Área 1 é Alabama e o Noroeste da Flórida, Área 2 é Alaska; Área 3 é Arizona.

Em alguns estados ou províncias existe uma grande população de A.A. e por isso são divididos em várias áreas; por exemplo, é o caso de Ontário, que inclui as Áreas 83, 84, 85 e 86. Desde a primeira Conferência foram sendo criadas áreas adicionais nos estados e províncias, até um total de 93.

Assim, também para muitos, as conversas a respeito dos “painéis” são um tanto quanto desconcertantes. Cada Conferência é composta por dois painéis, ou, grupos de delegados eleitos para servir por dois anos.

Os painéis têm numeração par e ímpar. Os números pares incluem o grupo de delegados que iniciam o serviço nos anos pares e os números ímpares aqueles eleitos que iniciam o exercício nos anos ímpares.

O Painel 1, composto por 37 delegados, foi o da primeira Conferência em 1951. O Painel 2, composto por 38 delegados, foi o da segunda Conferência. Assim, da segunda Conferência participaram 75 delegados no total. Bill W. explicou que este método “dá continuidade à Conferência, com a metade de seus membros saindo a cada ano e seus lugares ocupados pelos novos eleitos gerando, assim, a rotatividade”.

Dando continuidade a este modelo, a 60ª Conferência, em 2010, incluiu o Painel 59 (os delegados de segundo e último ano que iniciaram em 2009), e o Painel 60 – os delegados de primeiro ano que estavam iniciando em 2010.

Porém, se você ainda não pode falar com facilidade a respeito de painéis, áreas ou delegados, assista aos próximos eventos do Distrito, mesmo que apenas seja para tomar um café com leite e açúcar e falar com alguns companheiros. Como escreveu Bill W. “… um serviço em A.A. é tudo aquilo que nos ajuda a alcançar uma pessoa que sofre – o chamado Décimo Segundo Passo propriamente dito – pelo telefone ou por uma xícara de café, assim como o Escritório de Serviços Gerais de A.A. para ação nacional ou internacional. A soma total de todos esses serviços é o nosso Terceiro Legado de Serviço”.

(*) N.T.: O texto acima se refere à estrutura de A.A. nos EUA e Canadá, onde a divisão territorial e constituída por estados – EUA, e províncias – Canadá.