“Eu acho que….”

“Achar” nos transporta a uma dúvida, a uma incógnita, que mal elaborada nos traz resultados negativos. É um sinal de alerta, indica cuidado, perigo.
Demonstra insegurança, incerteza quanto ao que estamos querendo colocar em prática, em ação.

Em relação ao programa de recuperação de nossa dependência alcoólica e a busca de uma reformulação de hábitos em nossa vida, quando nos deparamos com um “acho” devemos parar, pensar, procurar outra maneira de ver ou de solucionar um problema, um conflito, uma situação. “Achar” indica estarmos inseguros quanto à ação a ser tomada e é prudente não irmos em frente enquanto não sentirmos segurança e firmeza.

Enquanto pensarmos “eu acho que …” corremos o risco de nos arrepender logo adiante, enquanto não pensarmos “eu sei que..” devemos parar, meditar, ponderar a atitude a ser tomada.

Por quanto tempo achamos que um gole a mais não nos causaria problema? Quantas vezes achamos que éramos o centro das atenções, que agradávamos a todos? Sempre achamos que se não fosse ou não tivesse acontecido determinada situação, nós não teríamos bebido. Inúmeras vezes achamos que o que nos deixou mal tinha sido o “caroço da azeitona” que passou por nossa boca e nunca a bebida ingerida.

Nossa dependência nos tornou mestres em “ACHOLOGIA” e hoje temos certeza de que esta experiência não deu certo, seu resultado foi negativo, nefasto, frustrante. Portanto, … basta de “ACHO”.

Agora que vivemos uma nova vida, baseada na filosofia de Alcoólicos Anônimos, nos movimentamos, nos colocamos em ação com positividade e segurança em todos os nossos atos.

Hoje:

– EU SEI… como cumprir o Plano das 24 horas;

– EU VOU… me manter firme no Programa de A.A.;

– EU QUERO… me reformular.

Estas atitudes nos impulsionam a tomar ações positivas, nos colocam em atividade e nos põem em movimento, que aliados à honestidade, responsabilidade e determinação, nos fazem triunfar em nossa jornada.

Um ditado popular diz que “tudo o que achamos não é nosso”, e hoje estamos
interessados apenas no que é nosso, o nosso EU. Sabemos que nós, melhor do que ninguém, tem a obrigação de nos cuidar, nos amar. Enquanto o nosso EU não estiver bem, nada podemos fazer pelos outros. O “acho” é uma forma de fazermos alguma coisa contra nossa vontade, com a intenção de agradar, não ferir, não magoar os outros.

Vamos deixar de achar e passar a encontrar o nosso caminho, sólido e iluminado para viver.

Vivência n° 27 – Janeiro/Fevereiro 1994 / pág. 55