Aos 92 anos de idade, é assim que ele expressa sua relação com os recém-chegados, num relato tão sucinto quanto carregado de experiências, forças e esperanças.
Cheguei a A.A. em 11 de Junho de 1978 e fui para levar um amigo. Eu ainda estava num conflito íntimo entre rejeição e aceitação; ainda assim, pedi minha matrícula (naquele tempo, falávamos assim). E fui participando. A literatura era escassa, dúvidas eram frequentes, mas consegui enfrentar o restante do ano.
Superei o medo com coragem, descobri um novo homem dentro de mim e fui construindo minha recuperação. Participei de sete Convenções, e, na de 1986, em João Pessoa (PB), encantei-me com os Doze Conceitos para o Serviço Mundial e minha compreensão foi tomando outra dimensão. Percebi que lideranças não podem ficar trancadas – gavetas são nossas inimigas.
Naqueles dias, recebi pelos Correios o livro de William James: As variedades da experiência religiosa, que alguém mandou para mim. Ele veio todo marcado e dediquei-me a estudá-lo – o que me ajudou bastante, abrindo minha mente – juntamente com a literatura oficial da Irmandade.
Em Corinto (Minas Gerais), alguns anos mais tarde, foram formados mais dois grupos. Com o passar do tempo, percebemos que a cidade precisava de um grupo forte e autossuficiente. Mais uma vez, enfrentamos o medo com coragem e juntamos os três grupos então existentes e, desde 1996, temos apenas um grupo na cidade. Esse grupo paga aluguel, sobrevive e é responsável – apenas com as contribuições dos membros.
Precisei lidar com algumas grandes perdas, inclusive a de meu melhor amigo e companheiro, com o qual servi à Irmandade durante muitos anos. Éramos chamados de Sombra e, inúmeras vezes, choramos e rimos juntos. No início da década de 2000, ele se foi, deixando um legado de amor e companheirismo. Mais uma vez, a Irmandade foi meu esteio, mantendo-me de pé e firme no serviço.
A Irmandade modifica a gente, ensina-nos a aceitar a dor e aprender com ela. E, acima de tudo, a ser grato. Continuei participando e, até hoje, não mudei minha estrada, apego-me aos meninos, aprendo, ensino e seguimos lado a lado. A nova geração de AAs está muito esclarecida, mais criteriosa e caminhando dentro dos nossos 36 Princípios. Estou animado com o futuro da Irmandade, essa nova liderança possui um novo tipo de paciência, tolerância, flexibilidade e visão.
Frequento meu grupo base nas suas três reuniões semanais, mesmo aos 92 anos de idade. Sou ativo e sirvo ao meu grupo enquanto o Poder Superior precisar de mim. Muito obrigado, e que um Poder Superior, como cada um O concebe, conceda-nos mais 24 horas de sobriedade.
Adão Corinto/MG Edição: 167 – Página: 4