Olá ,
Trazemos mais informações e considerações sobre alcoolismo e Alcoólicos Anônimos, esperando que possam ser-lhe úteis, não só no contexto profissional, como na vida em geral.
Permanecemos à disposição para cooperar como for possível – se você tiver interesse em receber uma breve visita de alguns membros de A.A. para discutir as possibilidades dessa cooperação, basta enviar-nos um e-mail: cto@aa.org.br – teremos prazer em colocá-lo(a) em contato com nosso escritório ou grupo mais próximo!
Fraternalmente,
CTO/JUNAAB – Comitê Trabalhando com os Outros
da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil
Dados sobre o consumo de álcool no Brasil (*)
- Em 2010, mais de 40% dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio tinham usado álcool nos últimos doze meses; o mesmo valia para 72% dos universitários brasileiros em 2009;
- Em 2005, a prevalência estimada de alcoólicos na população brasileira era de 12,3%; aplicando tal percentual sobre esta população, tal como foi estimada pelo IBGE em 1º de julho de 2016 (206,1 milhões), temos como resultado mais de 25 milhões de alcoólicos no país.
Mais sobre alcoolismo (**)
Não há dúvidas de que um alcoólico precisa ser libertado de sua compulsão pelo álcool e, com frequência, isto requer tratamento hospitalar antes que medidas psicológicas possam ser inteiramente proveitosas. (…) O fenômeno da compulsão limita-se a esta categoria de pessoas e jamais acontece com o bebedor moderado médio. Essas pessoas (…) nunca podem, sem correr riscos, consumir álcool de qualquer espécie. E, tendo criado o hábito e descoberto que não conseguem abandoná-lo, (…) seus problemas se avolumam e sua resolução passa a ser extremamente difícil. (…)
Homens e mulheres bebem, essencialmente, por gostarem do efeito produzido pelo álcool. (…) Para eles, a vida de alcoolismo parece ser a única vida normal. Tornam-se inquietos, irritáveis e descontentes, a não ser que possam ter novamente a sensação de alívio e conforto que chega logo após tomarem alguns goles – goles que eles veem os outros tomarem sem problemas. (…) Depois que se desenvolve o fenômeno da compulsão, eles passam pelos bem conhecidos estágios de bebedeira, da qual emergem cheios de remorso, com o firme propósito de não beberem outra vez. Isto se repete inúmeras vezes e, a menos que essa pessoa possa sofrer uma radical mudança psíquica, há muito pouca esperança de recuperação.
Por outro lado – por mais estranho que isto possa parecer aos que não compreendem – quando ocorre uma mudança psíquica, aquela mesma pessoa que parecia condenada, que tinha tantos problemas a ponto de perder as esperanças de resolvê-los algum dia, de repente se vê capaz de, com facilidade, controlar seu desejo de beber, precisando para isso apenas do esforço necessário para seguir algumas regras simples.
(…) [O fenômeno da compulsão] … diferencia tais pessoas e as coloca numa categoria especial. Nunca foi definitivamente erradicado por meio de quaisquer dos tratamentos que nos são familiares. O único alívio que podemos sugerir é a total abstinência.
Isto nos lança imediatamente num caldeirão fervente de debates. Muito tem sido escrito a favor e contra, mas, entre os médicos, a opinião geral parece ser que a maioria dos alcoólicos crônicos está condenada. Qual a solução? (…)
(**) Fonte – esta citação encontra-se no livro Alcoólicos Anônimos. JUNAAB. São Paulo, 2012, págs. 23-30.
Estes fragmentos são de uma carta assinada por William D. Silkworth, médico especialista em alcoolismo que travou contato com aqueles que viriam a tornar-se cofundadores de A.A. Embora tenha sido escrita no final dos anos 1930, entendemos que sintetiza, a partir de um ponto de vista profissional, a experiência desde então acumulada, e leiga, dos membros de Alcoólicos Anônimos no mundo.
O Dr. Silkworth responde à pergunta acima narrando seus contatos com Bill W. e o nascente movimento que, ainda em 1939, produziu o livro de mesmo nome, a cujos leitores ele assim se dirigiu: “Sinceramente aconselho a todos os alcoólicos que leiam este livro até o final. Embora talvez venham para zombar, pode ser que fiquem para uma prece”. O livro expõe, em linhas gerais, a proposta básica de A.A.
Mais sobre Alcoólicos Anônimos
Os pioneiros em A.A. enunciaram Doze Passos (inspirados na psicanálise, no pragmatismo e em práticas religiosas tradicionais, tanto ocidentais quanto orientais), cuja prática é sugerida, não de forma solitária, mas sim compartilhada em reuniões regulares em grupos; com ajuda dos membros mais experientes em relação aos recém-chegados, o chamado apadrinhamento; e organizando-se numa estrutura – baseada em Doze Tradições sugeridas para a convivência nos grupos e em Doze Conceitos para o Serviço Mundial -, voltada à prestação de serviço voluntário de divulgação e cooperação com a comunidade, com a finalidade de preservar, em longo prazo, a própria sobriedade, e de passar adiante a mensagem de A.A., fazendo o necessário para que sua proposta alcance todos quantos desejam libertar-se das angústias do alcoolismo.
Com o passar do tempo estes princípios, a história e o desenvolvimento da Irmandade ensejaram a produção da literatura oficial de A.A., dirigida a alcoólicos, mas também a profissionais; ela tem-se mostrado útil para apoiar o modo de vida sóbrio dos AAs e para inspirar ações de cooperação com a comunidade profissional, respectivas instituições e organizações sociais.
Agradecemos por permanecer em contato conosco!