Box 4-5-9, Abr. Mai. 1984 (pág. 3) => https://www.aa.org/sites/default/files/newsletters/sp_box459_april-may84.pdf
Titulo original: “A.As. Se Enfrentan Con el Problema de los Enviados de las Cortes”
Um grupo pequeno, mas dedicado, de AAs em Maryland deu início a um programa bem-sucedido de reuniões especiais para preencher o vazio que existia entre os enviados pelos Tribunais e A.A., para dar aos infratores alcoólicos a oportunidade de desfrutar o nosso modo de viver, encaminhando-os à Irmandade.
Tudo começou faz alguns anos, quando os Tribunais de Maryland começaram a enviar seus infratores alcoólicos para A.A., e assim, sem querer, abriram uma caixa de Pandora (*) de maus entendidos e desunião que fez aparecer um sem-número de problemas dentro e fora da Irmandade, os quais inclusive chegaram aos meios de comunicação. Em grande parte, isto aconteceu, de acordo com Ed E., um antigo Delegado (de A.A.), porque os enviados não compreendiam como era A.A. e consideravam-no como uma extensão do braço punitivo da lei.
Em consequência disto, seu comportamento nas reuniões, às quais assistiam sob mandato judicial, era de desconfiança e de franca hostilidade ao ponto que alguns membros de A.A. pediam a viva voz que fossem retirados da sala de reunião.
“Devido a essa situação”, diz Ed, “comecei uma reunião informativa em março de 1983. Foram informados os Tribunais de Maryland e suas agencias de que esta reunião seria vantajosa para todos. Pedimos que os enviados dos Tribunais assistissem primeiro a esta reunião antes de entrar na corrente principal de A.A. Isto está sendo feito, e para mim, e outros AAs interessados é algo muito gratificante”.
Apenas durante o ano passado (1983), aproximadamente 1.200 enviados pela Justiça assistiram estas reuniões informativas especiais que facilitam a transição para A.A. (são celebradas três reuniões a cada segunda-feira à noite em várias partes do Estado). Calcula-se que as agencia que enviam os infratores alcoólicos para A.A., irão enviar aproximadamente 30.000 cidadãos de Maryland durante o próximo ano, diz Ed, “e é melhor que estejamos preparados para recebe-los”.
De vez que estas reuniões especiais não são reuniões de A.A., Ed explica, “o Estado e os Municípios nos cedem locais gratuitos em Centros de Saúde, Bibliotecas e salas dos Tribunais. Não tivemos problema algum e é um prazer para nós ver como estes jovens – a maioria entre 18 e 25 anos, vão relaxando. A recompensa é vê-los entrar na corrente principal de A.A. e tornarem-se RSG´s, MCD´s, etc.”.
Baseada na experiência e nas tentativas, com o mínimo de erros, os AAs de Maryland elaboraram o formato para as reuniões informativas apresentado a seguir:
- Dar as boas-vindas aos enviados e fazê-los sentirem-se cômodos. (A maioria chega guardando um certo ressentimento).
- Explicar a relação de “cooperação sem afiliação “que A.A. tem com os Tribunais que sentenciam.
- Explicar o que é A.A., lendo o preâmbulo, os Doze Passos e as Doze Tradições.
- Ler, do Guia de Reuniões, o que A.A. é e o que não é.
- Explicar a Tradição da autossuficiência de A.A.
- Explicar a Tradição do anonimato.
- Descrever a diferença entre reuniões abertas e reuniões fechadas, assim como os diferentes tipos de reunião existentes.
- Falar, de maneira geral, do comportamento que se espera dos membros durante as reuniões; dos problemas que a interrupção das reuniões – provocada, por exemplo, por alguns membros que conversam no fundo da sala, podem ocasionar; da importância de chegar pontualmente às reuniões.
- Pedir a três médicos, membros de A.A. que, alternadamente, falem dos aspectos físicos e mentais do alcoolismo.
- Fazer uma explanação a respeito das “doze perguntas “do folheto “Você deve procurar A.A.? ”, o qual deverá ser distribuído junto com outra literatura e a lista de Grupos e Reuniões.
Para aplainar ainda mais o caminho até A.A., o Município de Baltimore distribui aos enviados pelos Tribunais que participam do programa de “pena alternativa”, Guias de conduta para as reuniões de A.A. Alguns desses Guias – como, por exemplo, “Dormir durante as reuniões não é conduta adequada” e “Se que fumar cigarros ou tomar café, por favor, seja atento, limpando o lugar que ocupou finalizada a reunião”, seriam bons conselhos para todos os membros de A.A.
Entendendo melhor:
(*) N.T.: A Caixa de Pandora é um artefato da mitologia grega, extraído do mito da criação de Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus. A “caixa” era na verdade um grande jarro dado a Pandora, que continha todos os males do Mundo. Então Pandora, com sua curiosidade, abriu o frasco e todo o seu conteúdo, exceto um item, foi liberado para o mundo. O item remanescente foi a esperança. Hoje em dia, abrir uma “caixa de Pandora” significa criar um mal que não pode ser desfeito.